27 de novembro de 2024

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Minha filha quer colocar próteses de silicone. E agora?

Foto: Freepik

A decisão de colocar prótese de silicone é muito pessoal e envolve diversos fatores, sendo a idade apenas um deles. Não existe uma idade “ideal” que sirva para todas as mulheres, pois cada organismo é único e se desenvolve em ritmos diferentes.

De acordo com o Dr. Haryson Guanaes Lima, graduado pela Faculdade de Medicina de Jundiaí, com mais de 30 anos de experiência, antes de realizar a cirurgia, alguns fatores devem ser considerados.

“É fundamental, por exemplo, que o corpo tenha atingido a maturidade física, ou seja, que as mamas tenham finalizado seu crescimento natural. Também é necessário que a paciente tenha expectativas realistas em relação ao resultado da cirurgia e esteja bem informada sobre os procedimentos, riscos e benefícios”.

A decisão de realizar uma cirurgia para a colocação de próteses de silicone deve ser baseada em uma motivação pessoal e não em pressões sociais ou estéticas. Por isso, a avaliação de um profissional experiente é essencial para determinar se a paciente já pode realizar esta cirurgia e para discutir com ela as melhores opções de próteses e técnicas cirúrgicas.

Segundo a psicanalista Maristela Carvalho, formada em psicologia pela Université Lumière Lyon II, na França, e em psicanálise pelo Centro de Estudo Psicanalítico, em muitos casos, é aconselhável também a avaliação psicológica. “Especialmente no caso de jovens e adolescentes, é importante verificar se a decisão pela cirurgia está sendo tomada de forma consciente e responsável, e se a paciente está psicologicamente preparada para lidar com o procedimento e suas consequências”.

Por este motivo, centros de excelência contam com equipes multidisciplinares, que possibilitam o acompanhamento dos pacientes por profissionais de diversas áreas. Assim, é possível aumentar a segurança dos procedimentos e evitar a realização de cirurgias ou procedimentos desaconselhados.

O que diz a lei no Brasil

No Brasil, a idade mínima para realizar cirurgias plásticas é de 18 anos. Esta é, inclusive, a recomendação dos cirurgiões, pois, em geral, nesta idade o corpo feminino está completamente desenvolvido.

Em alguns casos, explica o Dr. Haryson, a cirurgia pode ser realizada em pacientes mais jovens, com autorização dos pais e acompanhamento médico rigoroso. No entanto, é importante ressaltar que o desenvolvimento físico ainda está em andamento e o resultado da cirurgia pode ser alterado com o crescimento corporal.

“As exceções, na maioria dos casos, ocorrem pela necessidade de melhora da autoestima, para restaurar a proporcionalidade do corpo em casos de assimetria mamária ou após perda de peso significativa”, explica.

Atenção aos riscos

Como qualquer cirurgia, a colocação de prótese de silicone apresenta riscos, que devem ser comunicados previamente. Incluem-se, aí, o risco de infecção, de formação de uma cápsula de tecido cicatricial em torno da prótese, com endurecimento e dor local, hematomas e os riscos associados à anestesia, como reações alérgicas.

É fundamental que a paciente esteja ciente de todos riscos e benefícios da cirurgia antes de tomar a decisão e que busque centros de excelência, com profissionais experientes.

A importância do acolhimento

Com todos os prós e contras da cirurgia, é importante destacar que a adolescência é uma fase de transição marcada por grandes mudanças físicas, emocionais e sociais. Nesse período, a construção da identidade e da autoestima desempenha um papel fundamental. A percepção que os jovens têm de si influenciará diretamente sua autoconfiança, relacionamentos e sucesso pessoal, explica Maristela Carvalho.

As queixas relacionadas ao corpo e aparência, nesta idade, precisam ser ouvidas, acolhidas e avaliadas cuidadosamente. A maneira como os pais tratam dos problemas e dúvidas dos jovens, em casa, servirá como exemplo para o modo como eles enfrentarão os seus desafios da vida adulta.

“Uma boa autoestima está associada a melhor desempenho acadêmico, relacionamentos mais saudáveis e duradouros e podem prevenir problemas como ansiedade, depressão e transtornos alimentares, por exemplo”.

Assim, os pais e outros adultos que desempenham um papel fundamental no desenvolvimento dos adolescentes devem estar abertos ao diálogo e oferecer um ambiente seguro, amoroso e encorajador. 

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