30 de junho de 2024

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Preservação e cultivo da terra também se aprendem na escola

Imagem: Pixabay

Educação ambiental é uma das competências recomendadas pela UNESCO

A importância da terra para a vida é um dos conteúdos práticos que são trabalhados nas escolas como parte da educação ambiental. Nesse contexto, o envolvimento dos alunos em hortas comunitárias, noções de agricultura e atividades de reciclagem são alguns dos aprendizados que as escolas podem promover ao longo do Ensino Básico e serão essenciais para o futuro, de acordo com a UNESCO.

A entidade recomenda a inclusão de princípios de Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) como elementos centrais do currículo básico até 2025. A conclusão foi publicada em um estudo de 2021, em que a entidade revelou que mais da metade dos planos e currículos escolares de 50 países não abordam o tema da mudança climática e apenas 19% deles tratam sobre biodiversidade.

Além de metodologias pedagógicas de aprendizagem, como o ensino, treinamento profissional e engajamento cívico, a UNESCO defende a adoção de EDS que desenvolvem habilidades cognitivas, aprendizagem social e emocional, habilidades de colaboração, resolução de problemas e construção de resiliência.

Dia do Meio Ambiente o ano inteiro

Para a Escola Lourenço Castanho, rede de Ensino Básico de São Paulo, a educação ambiental já faz parte do conteúdo curricular desde o Ensino Infantil e se estende até o Fundamental.

“Atividades ambientais acontecem durante todo o ano. Não paramos no dia 5 para falar sobre o Dia do Meio Ambiente, mas temos projetos bimestrais, semestrais e anuais com os alunos que têm ligação com essa proposta. Os mais novos têm os primeiros contatos com árvores frutíferas e hortas, e os mais velhos, do Ensino Fundamental, estudam formas de agricultura urbana”, disse Gabriela Kogachi, diretora da Lourenço Castanho da unidade Alto da Boa Vista.

No Ensino Infantil, as crianças começam a participar de projetos ambientais ligados ao cotidiano. “Elas vão para o Mercado Municipal de Santo Amaro, entram em contato com os fornecedores de frutas, e no espaço Sabor de Fazenda, observam formas diferentes de plantio de árvores, temperos e flores. Na atividade, eles acabam provando um lanche feito com alimentos plantados no local”, detalha.

Na escola, existe uma horta comunitária onde os estudantes podem cultivar plantas e podem levar temperos e hortaliças. “Na volta das férias, eles vão seguir para outra etapa de cultivo”, acrescenta.

Na Escola Lumiar, alunos do Fundamental 2 (4º e 5º anos) desenvolveram um projeto multidisciplinar sobre fenômenos naturais mediado pela tutora Serena Santos, que envolveu Ciências da Natureza e Língua Portuguesa. O trabalho foi realizado no primeiro trimestre, com 19 alunos, e foi motivado pela curiosidade de entender por que havia tanta ocorrência de desastres ambientais acontecendo no Brasil e no mundo, explica Serena.

“O grande questionamento deles, conversando com o mestre Yacov Rodrigues (Ciências da Natureza), era sobre o que eram desastres naturais e não naturais. Estudando fenômenos como tufões, deslizamentos de terra e cobertura vegetal, começaram a avaliar que desastres também são causados pela falta de cuidado humano com o meio ambiente.”

As conclusões foram transformadas em um podcast chamado Podpato, onde eles explicam as causas e consequências dos eventos climáticos. “Foi um sucesso. Eles ficaram muito engajados no projeto mesmo depois que ele acabou. Agora que está havendo essa ocorrência tão séria do Rio Grande do Sul, eles estão tentando entender por que a cidade alagou daquela forma. É um interesse coletivo e foi resultado de um grande trabalho.”

Meta de desenvolvimento sustentável

Para os estudantes do 3º ano, Gabriela explica que o contato com o meio ambiente se dá por meio de projetos onde eles conhecem a geografia da cidade e as hortas urbanas onde crescem várias espécies de plantas. “Esse ano, eles vão explorar as atividades dessas hortas e oferecer água saborizada ou chá das plantas que cultivaram na Mostra Cultural da escola.”

Neste ano, os alunos vão participar de projetos de hortas comunitárias urbanas que se relacionam com a ODS 11 (meta de tornar as cidades e comunidades sustentáveis) da ONU. “Os temas ambientais são permanentes na escola”, reforça a diretora.

DCPC

A preocupação com o meio ambiente é um tema recorrente para as crianças, disse Vitor Azambuja, cofundador e diretor criativo da metodologia De Criança Para Crianças (DCPC). “Eles já têm contato com eventos climáticos extremos, como a inundação do sul do Brasil. Nos vídeos, eles transmitem a necessidade de uso consciente dos recursos e já tem a mentalidade de preservação. São opiniões diretas e puras”, comenta.

O DCPC desenvolveu um método de aprendizado com base na criatividade. Nas salas de aula, o professor media o tema da base curricular a ser trabalhado e os alunos criam histórias com roteiro, narração e desenhos que são enviados à plataforma do DCPC para ser transformados em animações. O DCPC já produziu mais de 2.500 animações a partir de desenhos, roteiros e narrações de crianças da rede pública de ensino fundamental 1 (6 a 12 anos).

Entre as animações com temática ambiental, estão o “Sol salva el planeta (https://www.youtube.com/watch?v=plgjiMPU7Qg)”, animação feita por crianças espanholas sobre a história de Sol, uma menina que age para defender o meio ambiente.

Em português, o vídeo “Carta aos humanos: A vida da natureza (https://www.youtube.com/watch?v=uCxzKc6bhds)” mostra como os animais terrestres e marinhos, além das árvores, sofrem com a destruição de seu habitat e pedem às pessoas que a parem de destruir o meio ambiente.

E o vídeo “O planeta reflorestado (https://www.youtube.com/watch?v=5I1uGTrTYIM)” mostra a luta de Matilda, uma super-heroína com poderes para enfrentar pessoas que poluem a atmosfera e a sua luta com o super vilão que é o principal poluidor do planeta. 

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