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Médica fala sobre sinais de alerta e mudanças de hábitos importantes para ter mais qualidade de vida
Dores nas costas, na cabeça e nas pernas podem até ser sintomas comuns da exaustão do corpo diante de uma rotina intensa de trabalho, estudos ou exercícios. Mas quais são os sinais de alerta que indicam o momento de procurar ajuda médica? No Brasil, quase metade da população (45%) ignora sintomas de dores antes de buscar auxílio médico e tem ainda o costume de pesquisar na internet ou consultar amigos antes de profissionais capacitados. Os dados são do levantamento Saúde do Brasileiro – 2023, feito pela Hibou, empresa de pesquisa e insights de mercado e consumo, e apontam para um cenário preocupante quando o assunto é saúde.
De acordo com Ana Paula Carvalho, profissional da área de Clínica Médica do AmorSaúde, rede de clínicas parceiras do Cartão de TODOS, é preciso se atentar ao momento de procurar ajuda médica. “Sentir dores no corpo é uma experiência comum, muitas vezes associada ao cansaço, estresse ou pequenos incidentes do dia a dia. No entanto, nem todas as dores devem ser ignoradas ou tratadas de forma caseira”, ressalta. Segundo Carvalho, alguns sinais indicam que uma dor no corpo pode ser mais do que apenas um desconforto passageiro, como:
1) Duração prolongada e intensidade elevada: se a dor persistir por mais de alguns dias ou semanas, ou se for muito intensa, a ponto de não melhorar com analgésicos comuns.
2) Sintomas associados: presença de febre, perda de peso inexplicável, fadiga extrema, fraqueza, dormência, formigamento, área dolorida com inchaço, vermelhidão ou sensação de calor.
3) Início súbito: dor que surge de repente, sem uma causa aparente.
4) Interferência nas atividades diárias: quando a dor dificulta a realização de tarefas cotidianas, como caminhar, trabalhar ou dormir.
5) Histórico de trauma ou lesão: dor que surge após uma queda, acidente ou qualquer tipo de lesão.
Ainda segundo a médica, a região do corpo em que se sente a dor também pode ser um fator preocupante em relação à gravidade do problema, sendo necessário buscar ajuda médica imediatamente. Entre os locais do corpo que precisam de uma atenção especial, se houver dor, a profissional destaca:
- Dor no peito: qualquer dor no peito acompanhada de dificuldade para respirar, sudorese, náusea ou dor que irradia para o braço esquerdo, mandíbula ou costas.
- Dor abdominal intensa: dor abdominal severa acompanhada de febre, vômitos persistentes, inchaço ou sensibilidade extrema.
- Dor nas costas: dor nas costas acompanhada de perda de controle da bexiga ou intestino, fraqueza nas pernas ou febre.
- Dor de cabeça súbita e intensa: qualquer dor de cabeça que seja a pior já experimentada, que aparece subitamente ou é acompanhada de rigidez no pescoço, confusão, perda de consciência ou alterações na visão.
- Dor nas pernas com inchaço: inchaço, vermelhidão, calor e sensibilidade nas pernas.
- Dor ao urinar: dor ao urinar deve ser avaliada o quanto antes, principalmente se acompanhada de febre, sangue na urina ou dor nas costas.
- Dor na coluna que se irradia para a perna ou braço: se houver fraqueza, dormência ou perda de função na extremidade afetada.
Como saber quais dores são normais e quais podem indicar um problema mais sério?
O cuidado com a saúde, de forma preventiva, precisa ser diário, mas nem toda dor é sinal de um problema que precisa de intervenção médica. Segundo Carvalho, “distinguir entre dores musculares normais e aquelas que podem indicar um problema médico mais sério envolve observar a natureza, a duração e os sintomas associados à dor”. A seguir, confira a listagem feita pela médica com algumas características das dores musculares consideradas normais:
1) Causa identificável: Geralmente, as dores musculares normais seguem um exercício físico, esforço, ou uma atividade extenuante.
2) Duração limitada: Essas dores tendem a melhorar em poucos dias a uma semana.
3) Melhora com repouso: A dor geralmente diminui com o descanso e pode ser aliviada com analgésicos comuns, como paracetamol ou ibuprofeno.
4) Localização específica: Frequentemente confinada a áreas específicas que foram exercitadas ou sobrecarregadas.
5) Sintomas leves: Não é acompanhada por sintomas sistêmicos como febre ou perda de peso.
Quais mudanças de hábitos podem ser positivas para uma vida mais saudável e sem dores?
Apesar do poder do combo atividade física e alimentação saudável ser bastante conhecido, dados do Ministério da Saúde apontam que somente 40,6% dos brasileiros se exercitam nos níveis estipulados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera exercícios feitos no tempo livre, excluindo o deslocamento para trabalho ou escola e atividades ocupacionais, por exemplo. Veja cinco mudanças práticas indicadas pela médica para incluir no dia a dia em busca de uma boa saúde.
1) Atividade física regular: praticar exercícios aeróbicos, como caminhar, nadar ou andar de bicicleta, ajuda a manter as articulações e músculos saudáveis. Fazer alongamentos diários também melhora a flexibilidade e reduz a tensão muscular. A médica destaca que é importante fazer um aquecimento adequado antes das atividades físicas para prevenir lesões e usar calçados que ofereçam suporte adequado.
2) Dieta adequada: consumir uma variedade de alimentos ricos em nutrientes, assim como beber bastante água ajuda a manter os tecidos musculares hidratados e reduzir o risco de cãibras e dores. Além disso, uma boa alimentação auxilia na manutenção de um peso saudável, diminuindo a pressão nas articulações, especialmente nos joelhos, quadris e coluna.
3) Sono adequado: garantir de sete a nove horas de sono por noite ajuda o corpo a se recuperar e reduz a percepção da dor, porém, a qualidade de sono também é muito importante.
4) Evitar hábitos como tabagismo e consumo de álcool em excesso: o tabagismo pode agravar a dor e interferir na circulação sanguínea, retardando a recuperação, ao passo que consumir álcool em excesso pode afetar a saúde geral e aumentar a dor.
5) Check-ups regulares: visitar o médico regularmente para monitorar a saúde geral e tratar problemas antes que se tornem graves.
“Muitas condições de saúde podem não apresentar sintomas iniciais claros. Durante um check-up, exames laboratoriais e avaliações médicas podem detectar irregularidades antes que sintomas óbvios apareçam. Isso permite intervenções mais eficazes e menos invasivas “, reforça Carvalho.
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