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Batizado com o nome ‘Elas Transformam’, movimento convoca organizações e empresas a adotarem políticas afirmativas que visam a inserção e a permanência de mulheres negras no mercado de trabalho
São Paulo, maio de 2023 – O mercado de trabalho ainda apresenta uma situação preocupante para as mulheres negras. Muitas profissionais pretas e pardas ainda não têm acesso aos cargos de liderança e equiparação salarial, além disso, são as mais vulneráveis ao assédio moral e discriminação racial. 46,1% das jovens negras trabalham na informalidade, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo IBGE.
Para mudar essa realidade, a Rede Multiatores MUDE Com Elas, espaço de diálogo coordenado por Terre des Hommes Alemanha, em parceria com Ação Educativa e AHK (Câmara de Comércio Brasil Alemanha) e um conjunto de organizações da sociedade civil, poder público e empresas, estão realizando o “Movimento Elas Transformam, que pretende mobilizar ações de combate ao racismo e ao sexismo no processo de inserção juvenil no mundo do trabalho. “É de extrema relevância que empresas encarem e abracem o compromisso de promover o direito ao trabalho decente às mulheres negras para sanar os desníveis em termos de diversidade“, diz Fernanda Nascimento, coordenadora do projeto MUDE com Elas. A consultoria Indique uma Preta está responsável pela criação dos conteúdos nas redes sociais.
Entre os meses de maio e junho serão promovidas atividades com intuito de conscientizar as instituições a atuarem ativamente na construção de um futuro que dê lugar às potencialidades da mulher negra e das juventudes no mercado de trabalho. A programação contará com oficinas, live e seminários. A agenda das ações será divulgada no perfil da rede social Instagram @mudecomelas e no Linkedin https://www.linkedin.com/company/mude-com-elas/.
Para Viviane Soranso, coordenadora do programa raça e gênero da Fundação Tide Setubal, uma das instituições parceiras do projeto, lutar contra o racismo institucional é responsabilidade das organizações. “As instituições precisam fazer mais do que apenas dizer que apoiam pessoas negras, é necessário implementar mudanças estruturais efetivas para proporcionar um ambiente digno e construir espaços de trabalho mais seguros e, movimento como esse, ajuda a encontrar soluções eficazes para o enfrentamento da desigualdade nas corporações“, enfatiza Soranso.
Mais do que incentivar os cuidados com colaboradoras negras no universo corporativo, o Movimento ‘Elas Transformam’ faz um convite às empresas para que elas cumpram a agenda do trabalho decente, conceito formalizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho), que possui quatro pilares estratégicos: os direitos e princípios fundamentais do trabalho, a promoção do emprego de qualidade, a extensão da proteção social e o diálogo social, sendo um forte direcionamento para a redução das desigualdades.
Para Katiana Normandia, fundadora da Kinah Desenvolvimento Profissional, as empresas devem ter o compromisso de fomentar oportunidades dignas, tratamento justo e respeitoso. “Trata-se de um chamado para valorização e reconhecimento da capacidade profissional de jovens negras, viabilizando assim sua absorção no mercado de trabalho de forma que dialogue com as ODS 2030“, explica Katiana .
O movimento conta com o apoio das seguintes instituições: Instituto Pólis, Instituto Ethos, Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha – VDI Brasil, CIEE, Kinah Gestão de Pessoas, Plan International Brasil, Terre Des Hommes (TDH) Alemanha, Oxfam Brasil, Indique Uma Preta e Uneafro.
Sobre o MUDE Com Elas – coordenado por Terre des Hommes Alemanha, em parceria com Ação Educativa e AHK (Câmara de Comércio Brasil Alemanha), o MUDE Com Elas tem como objetivo a construção de um diálogo transformador para o enfrentamento das desigualdades de gênero, origem socioeconômica e raça no mundo do trabalho. Entre os parceiros do setor privado estão: a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha em São Paulo (AHK São Paulo) e o escritório de Terre Des Hommes (TDH) Alemanha em São Paulo, responsável pela coordenação geral do projeto.
