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Poucos conceitos são tão onipresentes no mercado quanto o de ESG. A sigla, em inglês, que se refere às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização, foi cunhado pela primeira vez em 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial.
O ESG ou ASG, que significa Environmental, Social and Governance (ASG — Ambiental, Social e Governança), começou a ser tema das conversas dos executivos nos anos 90. Mas foi somente a partir dos anos 2000 que as empresas de todo o mundo foram estimuladas a buscar direcionamentos mais sustentáveis para sua gestão corporativa, inserindo a sustentabilidade e a responsabilidade social em suas cadeias de negócios. Um fenômeno explicado por números robustos.
Um levantamento recente da IBM que ouviu cerca de 19 mil consumidores de diferentes grupos etários de 28 países – incluindo o Brasil – cravou, por exemplo, que 44% deles preferem produtos ou marcas com valores fortes, mesmo que precisem desembolsar um pouco mais por isso. Já o mapeamento “Purpose Premium”, realizado pela Deloitte, aponta que 78% dos profissionais ouvidos querem estabelecer carreira em empresas com propósitos e ações em prol do bem-comum.
Não por outro motivo, aponta a PwC, iniciativas focadas em ESG podem ultrapassar US$ 33,9 trilhões em investimentos globais até 2026. E nessa conta devem entrar, claro, os eventos empresariais. “O ESG é mais que uma teoria, é um chamado para ações concretas. Então, se de um lado, há stakeholders que precisam perceber, sentir e comprovar esse engajamento institucional, de outro, há empresas que precisam comunicá-lo, inclusive nos detalhes. Eventos corporativos são excelentes oportunidades para evidenciar essas atitudes do bem”, explica Silvio Sallowicz, CEO e um dos fundadores da Duo & Ecco.
São dele cinco dicas preciosas para incorporar o ESG a reuniões, conferências, workshops e até celebrações organizacionais. Confira:
1) Coloque o ESG no topo do checklist – Todo evento realizado com excelência é bem planejado. Ou melhor, começa com um checklist esmiuçando atividades, funções, metas cumpridas ou alteradas. Nessa lista, o ESG deve aparecer no topo. “Empresas realmente comprometidas com esses princípios fazem com que eles permeiem todos os espaços e todas as ações. Não adianta, por exemplo, falar em preservação ambiental enquanto se desperdiça papel em um movimento destinado a impactar os públicos de interesse. Assim, organizar um evento baseado em ESG quer dizer incluí-lo em todas as etapas do cronograma e em todos os detalhes da execução”, frisa Sallowicz.
2) Trabalhe com fundamentação – Segundo o CEO da Duo & Ecco, entregar eventos com tanto significado é missão complexa, mas possível. Especialmente para quem lança mão de ferramentas e informações corretas. Aí entra a ISO 20121. Sim, já existem normas e padronizações para a realização de eventos corporativos com sustentabilidade. “Atualizado em 2017, o documento é uma verdadeira bússola para organizadores e fornecedores de atividades empresariais, abordando em profundidade os aspectos ESG”, conta Sallowicz.
3) Abra espaço para a comunicação – Governança é um conceito amplo inclusive dentro do próprio ESG. Mas fato é que precisa contar como ferramenta imprescindível para o sucesso, com diálogo claro e efetivo entre a instituição e seus públicos. E essa é uma regra de ouro, também, nos eventos corporativos – sejam eles presenciais ou online. “Interação e engajamento transformam atmosferas em curto e médio prazos. Primeiro, esses fatores garantem o dinamismo de qualquer atividade. Depois, ajudam a consolidar uma imagem de comprometimento, abertura e inclusão”, destaca o CEO. Para esse processo, vale a criação de canais interativos para envio de comentários, além de espaço para perguntas ao vivo durante palestras e talks.
4) Lembre-se: a transformação já começou – Os dados são da Unique Venues, na Grã-Bretanha: 94% dos organizadores de eventos corporativos acreditam que, em menos de dez anos, a sustentabilidade ambiental será prioritária em qualquer tomada de decisões. Não é preciso, porém, esperar tanto tempo para se adequar a essa tendência. “A locação de espaços eco-friendly, a utilização de transportes coletivos para deslocamento dos participantes e, mesmo, as ações de descarte consciente do lixo ou de reciclagem são diferenciais na agenda empresarial”, elenca Sallowicz.
5) Think Social – O ESG, você já sabe, é um movimento global. Mas a transformação sustentável, proposta por ele, começa no local da empresa e na operação. Nesse sentido, um foco importantíssimo está na inclusão. Ou, como resume o CEO da Duo & Ecco: cuidar das pessoas. “Os eventos também conseguem abraçar esse propósito”, explica Sallowicz. E continua: “para isso, uma boa estratégia é absorver fornecedores e prestadores de serviços das comunidades onde a empresa está inserida, por exemplo. Outras sugestões são apoiar causas locais e, também, acolher demandas urgentes, promovendo arrecadações durante um evento corporativo. A criatividade e a empatia são aliadas nesse momento”, completa.