17 de maio de 2024

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86% das pessoas com mais de 60 anos afirmam sofrer preconceito do mercado de trabalho

Foto: Freepik

Estudo recente revelou a persistência da discriminação contra profissionais mais experientes, que enfrentam maiores desafios no processo de recrutamento e seleção

Segundo dados da pesquisa Oldiversity®, conduzida pelo Grupo Croma, 86% da população acima dos 60 anos afirma já ter enfrentado algum tipo de preconceito em relação ao mercado de trabalho, independentemente de suas habilidades e experiências. 41% entre aqueles com 60 anos ou mais têm a expectativa de que as empresas deveriam aumentar os investimentos na contratação de pessoas mais experientes. Este percentual é até um pouco maior na opinião do total das pessoas entrevistadas na pesquisa (45%).

Essa situação se agravou durante a pandemia de Covid-19, principalmente, entre o último trimestre de 2019 e o ano de 2020, no qual cerca de 800 mil profissionais 60+ foram demitidos ou ficaram desocupados e à procura de trabalho de acordo com dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Um dos motivos que refletem essa percepção de aumento no preconceito é o fato de os mais velhos terem sido considerados um grupo de risco durante a pandemia de Covid-19, é o que explica o CEO do Grupo Croma e idealizador do estudo Oldiversity®, Edmar Bulla: “A crise sanitária fez com que as desigualdades sociais fossem ainda mais evidentes, principalmente no mercado de trabalho, afetando os idosos durante esse período e que trazem consequências até o momento por serem rotulados como grupo de risco, reforçando a discriminação.”

Por mais que a existência do preconceito na contratação de pessoas com mais de 60 anos seja um consenso entre a população, surpreendentemente, o público dessa faixa etária demonstra maior percepção de independência do que a média da população, desmentindo o mito de que não estão aptos para o trabalho na era digital.

Porém, o cenário de empregabilidade já está afetando também trabalhadores na faixa dos 50 anos. Segundo levantamento da pesquisa “Etarismo e Inclusão 2023”, da consultoria de recrutamento e inovação Robert Half, 70% das empresas contratam muito pouco ou nenhum profissional com mais de 50 anos, público que representa apenas 5% da força de trabalho das empresas brasileiras, evidenciando a prevalência do etarismo nos processos de recrutamento e desenvolvimento profissional.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estática), a população acima dos 50 anos representa mais de 25% da população e 22% da força de trabalho no Brasil. Porém, apenas 5,6% das empresas afirmaram ter contratado profissionais nessa faixa etária na mesma proporção (25%).

“Por mais que o despertar das empresas para a inclusão esteja acontecendo, a velocidade dessa conscientização ainda é lenta, resultando em exclusão e dificuldades significativas para os mais experientes e idosos se manterem no mercado de trabalho”, afirma o CEO do Grupo Croma.

Diante desse panorama, especialistas enfatizam a necessidade urgente de ações concretas, campanhas educacionais e ferramentas eficazes para promover a inclusão produtiva de talentos sêniores. A longevidade não pode ser sinônimo de exclusão, e é essencial sensibilizar lideranças e capacitar profissionais de recursos humanos para construir ambientes de trabalho inclusivos para todas as idades.

“As vagas afirmativas para pessoas com mais de 60 anos não apenas promovem a diversidade, mas também trazem uma riqueza de experiência, sabedoria e maturidade para as equipes. Contratá-las pode enriquecer o ambiente de trabalho, além de promover uma cultura organizacional mais inclusiva e respeitosa para todas as gerações”, diz Amanda Diaz, CPO da consultoria de tecnologia keeggo.


Sobre o estudo Oldiversity®: para contemplar a pesquisa, o Grupo Croma realizou 2 mil entrevistas, em todo o Brasil, utilizando painel on-line, com cotas específicas considerando idade, gênero, classe social, diferentes raças, orientação sexual e PcDs.

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